sábado, 25 de dezembro de 2010

A vida é tecido. Por mais que seja clichê expressar nossos altos e baixos, a vida é tecido.
Cada linha tem um sentido, um motivo, e todas, particularmente vão para o mesmo lugar.
Algumas se rasgam, ou se perdem, porque talvez não mais faça sentido se juntar ao outro lado.
Há aquelas vidas calças, que servem para nos guiar, há aquelas vidas camisetas, que a gente nunca despreza.
E há aquelas vidas escondidas no fundo do guarda-roupa. A vida é tecido. Há linhas de todos os sentimentos, que se juntam e nos moldam. Há linhas arrebentadas que tentamos costurar e nem sempre conseguimos. Há vidas vestidos, que servem pra embelezar e felicitar a vida de outras pessoas. Há vidas tecido que um dia vão se rasgar e nunca mais se consertar, e há vidas tecido que por mais dilaceradas que estejam sempre encontrarão uma forma de se remendar. A vida é tecido.  E por mais rasgada que esteja a sua vida, alguns sentimentos que se esvaem, somem, desaparecem, são arrancados feito linhas, sempre terão uma agulha e um carretel para serem consertados.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ninguém é suficientemente forte para viver na solidão. Por mais patéticos que sejam os relacionamentos (em todos os sentidos) hoje em dia, é ainda mais patético, quem se isola por não aceitar sofrer.
Nos assemelhamos a castelos de areia construídos na beira da praia, por nossos valores, princípios, virtudes, e tudo aquilo tanto de bom, quanto de ruim, que formou nosso caráter.
Nos julgamos fortes, diante do sol que seca as nossas lágrimas que vêm em ondas. As ondas são ferozes, muitas vezes nos machucam, mas o sol, o sol, é como mãos, que nos moldam, nos ajudam...
E por mais autosuficientes que nos julgamos ser, uma hora, uma dessas ondas irá nos derrubar.
 E aí, se estivermos sozinhos? Não iríamos conseguir nos reerguer, assim como um castelo de areia, não se reergue sozinho. Assim como eles precisam de mãos para ajudá-los, nós também precisamos de um apoio, um farol para nos guiar. E essa luz, não encontraremos em lugar nenhum, a não ser em algumas (e talvez poucas) pessoas. A vida é um ciclo, cair, levantar, cair de novo, levantar de novo, cair pela terceira vez, e levantar pela terceira vez, e assim... por diante. E não mais adiante, alguém estará ali para nos ajudar. Assim como o sol, que se vai, mas volta, as pessoas também vão, e voltam outras, em outros dias. A tempestade, as ondas, os ventos, podem ser fortes, mas mais forte são as mãos que nos reerguem dia após dia, e o que nos sobra, são cicatrizes, das tsunamis de sentimentos ruins vindos de outras pessoas.


Esse é pra @amandacolcci. 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O amor...

Alguém disse que o amor é tipo leite. Que estraga, só é bom quando a gente deseja muito, enquanto ele ainda está na prateleira, depois que abrimos uma caixinha, perde a graça. E o longa vida tem conservante, e é uma mentira embalada.
Eu discordo. O amor não é leite. O amor é vinho! Ele entorpece. Te faz sentir coisas que você jamais havia sentido antes, te deixa atordoado e ao mesmo tempo feliz. Tudo ao seu redor fica mais bonito, mais excitante e mais desejável... Nos deixa mais autoconfiantes, mais corajosos. Tira um pouco da nossa atenção. Deixa as bochechas coradas, os olhos brilhantes. O raciocínio também já não é mais o mesmo. Dizemos exatamente aquilo que pensamos...
Apaga da nossa memória tudo aquilo que desejamos não lembrar e perdemos algumas reações. O mundo pode desabar enquanto apenas observamos com um semi-sorriso estampado no rosto. Nossa mente perde o controle, e não coordenamos mais alguns movimentos. E até as pessoas mais equilibradas -em todos os sentidos da palavra- perdem o equilíbrio.
Ficamos mais emotivos e mais sensíveis, mesmo quando perdemos alguns sentidos. Isso é ótimo, e o amor nos deixa exatamente assim, mas depois, só nos resta a ânsia, a ressaca e a dor de cabeça. E mesmo sofrendo por tais consequências e "sequelas", não aprendemos a lição! Nos apaixonaremos mais uma vez, e talvez, por mais uma garrafa de vinho, pois o instinto é maior do que qualquer condição.



PS: O texto citado (O amor é tipo leite) foi escrito por Nenê Altro.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A nostalgia vinha, e trazia consigo uma maçã do amor. O sentimento era (e ainda é) inexplicável, e por mais que eu tentasse (tente) resistir, eu nunca conseguiria deixar de voltar pro lugar de onde parti.
Todas aquelas fotos, os cheiros, os toques, nada tinha ido com você. Era como se uma parte de você tivesse partido, enquanto a outra chegava todos os dias com a maçã.
Eu a saboreava, e quando ela se acabava, aparecia a nostalgia.
Era como se eu nunca me sentisse satisfeita, mesmo que experimentasse todas as maçãs do mundo.
A única que eu queria, não podia estar aqui. Nem tão longe, nem tão perto. Nenhuma ligação aproximaria, como nenhum trem distanciaria. Era tudo tão intacto, quanto no começo.
Eu te tive, te perdi. Ouvi nossas músicas, chorei das tuas lágrimas e também ri dos seus risos mais falsos enquanto nós todas fingíamos que estava tudo bem, quando não estava.
Sangrei das tuas feridas, e senti o seu suor escorrendo em mim. Era tudo tão complexo e perturbador quando você não estava. E quando estava, a guerra se ia, como se todos os soldados tivessem desistido de guerrear.
O meu caos, a sua paz. Nosso equilíbrio. Na sua calmaria, eu era a tua tempestade, no meu caos, você era a folha que se desprendia levemente de uma árvore em meio ao outono.
E quando menos podia me desiquilibrar, te perdi. E achei a nostalgia. Entre ela e você, lógico que a minha escolha sempre foi, é e talvez sempre seja você.
Mas como me desprender daquilo que traz o alimento que me mantém viva enquanto você não chega?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ainda estava naquele banho tentando entender tudo o que se passava nessa imensidão de sentimentos que ali habitavam.
O cheiro dos sabonetes se misturavam com o cheiro dos meus cabelos sujos, e com o cheiro da minha então, exposta bipolaridade que eu costumava chamar de oscilação entre primavera e outono.
Por mais uma vez, eu estava ali, exposta naquela banheira onde a água já não era mais tão acolhedora idêntica ao que a minha vida tinha se tornado.
Incrível como eu não acolhia mais nada - nem ninguém -. Tudo não passava de uma bela porcaria, mas eu nunca fui da turma dos que negavam fogo, decidi que a partir dali, negaria. E sempre. Eu estava na época em que denominava outono, mesmo estando na primavera. Entender, compreender. Era tudo tão difícil, e eu sequer sabia o porquê.
Queria talvez enfiar a minha cabeça debaixo d'água, mesmo não querendo lavar os cabelos, e tentar aspirar o máximo que conseguiria, até sentir os dois lados do pulmão se estourar feito uma bexiga de festa infantil. Mas isso era somente um talvez, pois eu sabia que a única certeza que tinha desde o bendito (mal) dia em que nasci, era a morte. Tão assustadora quanto a escuridão que eu sempre, sempre e sempre temi. Tão acolhedora e tão boazinha, pois somente nos polpava de sofrimentos que nunca, "nunquinha" mesmo, já havia humanizado alguém. Viajando entre pensamentos e linhas confusas das palmãos das minhas mãos enrugadas, pude reparar em quanto as pessoas más já sofreram para se tornerem más, e enquanto as pessoas boas tiveram uma boa raíz para vingarem feito heróis-sem-capa-do-contemporâneo. Isso me dava ânsia, e pela ânsia, quase vomitei tudo de mau que havia ingerido naquele mesmo dia - e naquela mesma noite -. Ah, não eram mais os mesmos dias, e nem as mesmas noites! Não eram, e eu nem sabia ao certo se sentia ou não, falta daquela vidinha medíocre que eu levava há uns 8 meses antes.
E falando nessa quase gestação, ou nesse quase parto, também pude reparar e agradecer por ter passado por pelo menos 30 banheiras diferentes, por no mínimo também, 30 quartos diferentes, e já não interessava com quantas pessoas diferentes eu já tinha visto o sol nascer nesse quase parto. Quase. Palavra incoerente e enganosa. Quer expressar tanto, mas não expressa nada além do fracasso de não ter conseguido algo.
Quase casei. Quase namorei. Quase gozei. Quase perdi a virgindade. Quase amei. É, a minha vida não saía do quase, mesmo quando eu era uma outra pessoa. Naquela altura do campeonato, eu já não sabia o que me trazia mais prazer, eu não sabia o que me fazia sorrir, e eu não sabia se eu devia esperar até os 48 minutos, ou se eu devia entregar o jogo aos 45. Pois a minha consciência só conseguia gritar que eu quase tinha feito um gol. Eu tinha tantos personagens, tantor sobrenomes, mas nenhum era mais forte do que eu mesma, e essa eu mesma, era tão fraca quanto um galho seco de uma árvore qualquer. Sei que não iria conseguir gerar mais nada de bom, mesmo enquanto me regassem, porque o quase era tudo (ou nada) que eu tinha...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


Costumava se apaixonar com facilidade, não retinha sentimentos. Além da facilidade de se apaixonar, também tinha aquela facilidade de expôr aquilo que sentia. Sabia, lá no fundo, que os sentimentos que possuía, não eram dela, e sim, daqueles que tinham o despertado. Também sabia, que se apaixonar era algo incontrolável, tão incontrolável quanto estar em cima de uma bicicleta sem freios, numa ladeira. E sabia também, que a única forma de parar a bicicleta, era caindo e consequentemente se machucando. E em todas as vezes que se apaixonou caiu e se machucou, por conta disso, carregava em seus joelhos muitas marcas de paixões passadas. Por saber o que as paixões lhe causavam, decidiu então, se fechar, e reter para ela, aquilo que sentia pelos outros. Viveu assim durante um tempo. Até que encontrou uma pessoa aparentemente diferente daquelas que já tinham lhe ferido os joelhos.
Como quem aprende a andar de bicicleta, nunca mais esquece, ela também não havia se esquecido de como se apaixonava, e se apaixonou. Aquela paixão foi uma das mais duradouras, em cima daquela bicicleta viajou por muitos e muitos kilometros. Conheceu lugares, experimentou novos sentimentos, e se alimentou de novos horizontes, mesmo apertando os freios. Como tudo aquilo era bom, decidiu então, largar dos freios e se esquecer das cicatrizes nos joelhos. Aí, pode sentir a liberdade de querer -e poder- voar ao lado de alguém, mesmo sabendo que os pés estavam nos pedais, e as mãos, guiando. Até que se deparou com uma vontade de amor maior, pois aquilo já não satisfazia mais seus desejos de se entregar. Abraçou então, a sorte na beira de uma ladeira, e sorriu. Já sem poder guiar, caiu e viu mais uma vez seus joelhos machucados, reparou que ali não havia mais ninguém que pudesse cuidar de seus ferimentos, pois a paixão, antes da bicicleta cair, pulou e correu para um outro alguém. Por não querer se apaixonar, e por não se controlar, decidiu que daquele dia em diante, usaria joelheiras.


Beijo pro Victor. :)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E eu já havia vomitado qualquer tipo de sentimento que habitava em mim.
Pode até parecer mais um desses dramas idiotas que todo mundo está acostumado a ver, ler, ou até mesmo ouvir, mas não é, até porque eu sempre odiei qualquer tipo de drama, principalmente quando eles são lançados pra cima de mim. Enfim, sempre me perco no assunto, mas voltando lá... Não é drama, é porque eu ainda mantinha em mim, algumas feridas sentimentais abertas e vivas, e sei que elas só estavam ainda em mim, porque eu permitia tais dores. E como eu podia permitir, eu podia também me arrepender de ter permitido, e parar de sentir aquilo que eu deixava me machucar. Consegui. Me livrei de tudo aquilo que me fez mal por um longo tempo. Posso dizer que foi até uma libertação, uma cura. Cura de um câncer que me fazia ficar mal. Câncer no coração, nos olhos. Câncer este, que me cegou, e que hoje, me fez enxergar que nem todos são malígnos. Por um certo tempo, também senti essa liberdade que em mim, soava como desprezo por muitas pessoas que no fundo, não eram malígnas e não queriam me machucar. Mas o meu medo sempre foi maior. Medo de me perder de novo, de não sentir mais o orgulho que em mim sempre foi tão forte, medo de não conseguir acreditar, e se acreditar, perder o controle. A razão falava mais alto, o coração não tinha mais voz pra gritar que eu só queria alguém que cuidasse de mim, da minha instabilidade, das minhas emoções conturbadas. E não tive mais isso. Medo de me entregar, me machucar, me doer. Por esses medos, me mantive sozinha, com a solidão como melhor - e pior - companhia. E assim foi... Até que um certo dia, dia em qual eu não consegui mais colocar a razão mais acima que o coração, e nesse dia, dia fatídico, troquei olhares com alguém que só pelo fato de me olhar de longe, bem de longe, fez com que eu perdesse todo esse medo. Me transmitia segurança, mesmo que eu não a conhecesse, me transmitia também, paz. Uma paz assim, louca, uma paz um tanto quanto inexplicável. Paz essa, que há tempos não reinava em meio à guerra dos meus problemas. E eu, eu, eu, que sempre gostei do caos, que sempre fui um caos, que nunca até então tinha tentado me controlar ao lado de alguém, e que só consegui isso quando me senti sozinha e percebi que se não me controlasse e não me mantesse em pé pelas minhas forças, ninguém me manteria...
Alí, senti como se eu pudesse realmente me controlar, estando ou não sozinha. Tudo o que eu havia perdido em meio à essa guerra, em meio à esses caminhos longos, estreitos e instáveis,voltaram pra mim em menos de 2 minutos. É incrível, inacreditável, impressionante, mas é. SÓ É! Não quero mais nada, não quero ter medo, não quero me perder, quero só me encontrar, e quero só que seja. E eu sei que vai ser.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


Por quanto tempo ainda terei de fingir que aqui é mesmo o meu lugar?
Quantos caminhos eu terei de deixar passar? E quantas oportunidades irei perder? Já vi várias pessoas me dando as costas, e conheci os dois lados da moeda. Ódio, amor, saudade. A despedida é dolorosa quando a gente quer mesmo é entrar no mesmo trem e partir junto. Me despeço fingindo que um dia ele irá voltar, e me despeço fingindo que ainda volto para te encontrar. Esse aqui não é o meu lar. Nem tampouco o lugar onde eu deveria permanecer, mas o medo de ficar sem abrigo é mais forte do que eu, e por isso, eu fico. Queria não ter que fingir alguns sorrisos, pois é bem mais difícil do que fingir um longo orgasmo. O lugar a qual eu pertenço, me traria os sorrisos mais sinceros, se eu ainda tivesse forças para tentar chegar lá. Mas o medo me fez ficar aqui, levando todos esses tapas na cara. Covardia de ambas as partes. Da minha, por me subjulgar, por me subestimar. Eu, que me conheço tanto, mesmo que ainda me soe como uma incógnita, ninguém me conhece mais do que eu. E você, que poderia estar atrás de coisas muito mais, digamos que... coisas muito mais melhores. Está aqui, me dando tapas na cara.
Acho que no fundo, peguei gosto por isso, e quando você não está, eu peço, imploro. Cada buraco dessa cidade exala o nosso cheiro, cada lugar por onde já passamos. Cada quarto de motel, tem uma lembrança nossa. E tudo faz com que a minha memória fique trêmula diante de tanta burrice, tanto minha, quanto sua. O que afinal, esperamos?
Quando deitar no seu colo já não basta mais. Eu só sei que eu espero o próximo trem, e mesmo que eu não queira, eu preciso partir. Partir pra longe, mesmo que você permaneça no mesmo lugar, com seus sentimentos congelados e suas dúvidas saltitantes. Engula seus medos. Dói menos do que fingir.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Vai, pode ir. Estou te dando a liberdade.
A Santa, que foi perdida em meio à tantos sentimentos calados.
A liberdade invejada, almejada. Abra os braços, grite. Festeje aquilo que lhe foi tirado de maneira estúpida.
Sei que nunca te possui, pois a vontade de fuga sempre foi maior do que qualquer sentimento habitante desse medíocre coração.
Saia correndo debaixo dessa chuva. Jogue tudo pro alto, perca a estribeira, afinal, nada é mais importante do que a liberdade.
Bata as asas como se fosse uma borboleta que acabara de sair de um casulo pequeno e frágil. Amor se tem por aquilo que é conquistado, e consequentemente você não me conquistou. Eu a conquistei e por ti, tenho amor. A vida é passageira, e o amor pode até ser inacabável, mas não, incansável. Eu cansei, de verdade.
Agora, só queria mesmo poder te colocar dentro de um pote, e queria também, sentar ali, naquela calçada e choramingar feito criança. Mas não posso, tenho de pensar que ainda sou e serei forte. Tenho de me acalmar, parar de chorar - e de soluçar.
Odeio despedidas, e hoje, estou me sentindo como se fosse apenas um casulo vazio, cinza e sem serventia, vendo você, minha borboleta, indo embora, à procura de flores coloridas e cheirosas.
Solitária, porém, muito amada. Sozinha, alegre e admirada. Um pé, com um número mágico, sem calçado. Tão Cinderela voadora, tão rainha, sem trono, mas cheia de súditos... e coroas.
Bela e livre, tão livre que não se pode ser trancafiada, nem pelo amor, nem por mim, nem por ninguém, seu mundo é o céu. Bailarina dos ares.
Carrasca do coração. Alimento dos olhos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Arrepender-se:
v. pron.
1. Ter arrependimento.
2. Mudar de tenção.
3. Desdizer-se.

Arrependimento: Nada mais do que querer voltar atrás, seja numa atitude tomada, numa palavra dita, ou até mesmo numa escolha feita.
A vida inteira se baseia em escolhas, e as escolhas nada mais são, do que riscos que corremos. E cada escolha que decidimos, traz na bagagem uma renúncia. As escolhas na maioria das vezes são incertas. Você escolhe virar a próxima à direita, mas não sabe o que o espera alí. Se for algo ruim, com certeza você se arrependerá de ter virado naquela esquina, e não na próxima, ou na anterior.
Arrependimento é o oposto do "dar certo". Se a sua escolha foi boa, você jamais se arrependerá. Se ela foi ruim, você se arrependerá para o resto da vida, não é?
Arrependimento é contradição, é incoerência. Você só se arrepende porque as coisas não saíram do jeito que você planejava. Se tudo tivesse dado certo, você não ia querer andar pra trás, e como tudo deu errado, você está aqui, mais uma vez. Arrependimento é um sentimento um tanto quanto esquisito e egoísta. Você só se arrepende porque doeu em você, não se arrepende porque aquela escolha machucou e fez doer em alguém. Se não tivesse doído tanto em você, óbviamente você não se importaria em ter deixado alguém sangrando.
Arrependimento é vergonhoso, e não mata. Porque se ele realmente matasse, garanto que muitas pessoas não se arrependeriam das escolhas que fizeram ao longo da vida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Garrafas, copos, corpos vazios. Mentes cheias. Chegaí, mais uma sexta-feira. Os problemas aparentemente desaparecem, ou são simplesmente máscarados diante de sorrisos falsos e pessoas estranhas que se dizem amigas, naquele momento.
Sucumbimos a praticamente todos os pecados. Nos deixamos igualar àqueles que julgávamos serem inferiores à nós mesmos.
Mal dormimos, mal acordamos, vemos o sol raiar intactos diante de ruas que dormem. Acordamos, quando ele já se foi. A cabeça pesa mais do que o coração sempre pesou. A ressaca vem, a fisiológica e também a moral. Chegamos reis, saímos súditos. Pobres, medíocres, podres. Do luxo ao lixo em menos de 12 horas. Mandamos pra dentro de nós aquilo que é chamado de escória. Tudo para parecermos mais normais do que certamente somos.
Felicidade fajuta. Acabam-se os mangos, e nem aguentamos mais as músicas. Olhar pra cara das mesmas pessoas rodando torna-se uma tortura. A cama nos quer, mas só a queremos depois que já não suportamos mais a dor dos nós pés dentro daqueles saltos imensos. Tudo lateja, tudo rapidamente amortece. A voz daquela cantora irritante que ninguém mais se sente feliz em ouvir todos os dias em todas as estações de rádio, ou todos os finais de semana em quase todas as baladas, torna-se uma lullaby naquele instante. Fingimos tão bem. Somos ali, amigáveis, sociáveis, simpáticos, amorosos, interessantes. Mas também somos interesseiros. Amigos são aqueles que dividem com nós, todos os copos, as bitucas, as pontas, os ratas.
Não mais importa se não nos lembramos dos nomes, ou até mesmo das faces daqueles que já passaram por ali, nos importa mesmo, aqueles outros que nos reconhecem.
O perfume vence, o bafo chega, os olhos se apagam diante de tanta futilidade misturada com outros adjetivos ruins. Não queremos mais luzes acesas. O escuro, o porão, o inferno é a nossa casa. Mais importante é ser aceito por aquele grupinho de pessoas populares e um tanto quanto imbecís, do que por aqueles que possuem algo de bom no coração.
Estamos aqui, com o intuito de enlouquecer de forma não saudável para que possamos esquecer dos problemas que possivelmente foram largados em casa.
A felicidade instantânea e enganadora só acaba quando a última estrela estiver apagada.
Até então, somos pecinhas de um jogo torpe, fingindo termos a moral que já foi há muito tempo.
Qualquer buraco torna-se um paraíso perdido. Não nos culpamos por ter deixado em casa, as pessoas que possivelmente mais nos amam. São velhas, caretas, quadradas. A rua será sempre mais atraente do que o nosso quarto aconchegante com uma cama limpinha. A sujeira nos chama. Deus ali, certamente não habita. Mas na real, quem liga? A consciência não pesa, somos meras pessoas sortudas que nasceram sem esse dom. O suor respinga e talvez até se misture com o gosto amargo das bebidas mais cobiçadas. O empurra-empurra não atrapalha, e os esbarrões servem para testar nossa habilidade em cima daquele XV.
O lugar esvazia, as músicas pioram, as pessoas cansadas mais do que um dia puderam imaginar que ficariam vão embora. A moça do caixa já boceja, o primeiro raio solar desenha-se no céu. O táxi já espera aqueles que ainda possuem um pingo de amor à vida. Os carros estacionados já estão com os vidros cheios de sereno. Os alarmes apitam. Nós queremos chegar vivos em casa, mas nem sempre isso acontece...
Chegamos, abrimos a porta e damos de cara com os problemas sentados na sala nos esperando. E nem são nossos pais, porque esses, ah, esses já desistiram há tempos... A fé depositada é a mesma que se esvaiu. Achamos que os problemas já tinham ido dormir, para aparecerem somente no domingo de manhã, mas não. Eles nos perseguem como espíritos incansáveis e abandonados, sem saber que somos apenas ratos, voltando para nossas tocas.

quinta-feira, 29 de julho de 2010



Perceber com sutileza como as pessoas se igualam aos produtos. Consegui fazer isso hoje.
Repare como as pessoas querem ser bonitas, únicas, atraentes e melhores. E repare também que elas sempre acabam ficando iguais as outras. Mesmo que essas pessoas tenham qualidades melhores que as outras.
Tudo não passa de uma prateleira de supermercado.
Queremos sempre as melhores marcas, mas nem sempre podemos pagar por elas.
O mesmo acontece com as pessoas. Queremos sempre as melhores. Ou as melhores pra nós. Mas às vezes não podemos pagar por elas. Não que elas tenham um preço baseado em dinheiro. Mas todas as pessoas possuem algum tipo de valor, preço.
E por isso, nós sempre nos "contentamos" com as pessoas que estão acessíveis pra nós. E nem sempre essas pessoas suprem as nossas necessidades. Assim, nós esperamos pela oportunidade de trocar a tal pessoa, por uma melhor, de uma marca superior. E quando isso acontece, automaticamente dispensamos aquela pessoa "inferior" como se realmente, ela fosse apenas um produto.
Nem sempre nos importamos com o verdadeiro conteúdo, e sim, com a propaganda, com a embalagem. As embalagens mais bonitas, mais bem feitas e charmosas, são sempre as dos produtos mais caros. Assim, nos iludimos com o conteúdo. E mal olhamos pras pessoas "inferiores", mesmo que estas, possuam algo melhor para nos oferecer.
A embalagem sempre valeu mais do que o conteúdo, vemos isso em todo lugar. Mas temos de levar em conta que isso também pode enganar. Nem toda embalagem bonita traz bom conteúdo. Assim como nem toda embalagem feia traz conteúdo ruim.
Temos de escolher da melhor forma, não pensando somente nas qualidades, até porque nem um produto da prateleira de um supermercado consegue ser completamente perfeito.
Se adequar aos defeitos, as faltas e aos erros é melhor do que perder a cabeça por conta deles. E é melhor também do que jogar o produto fora, caindo na ilusão de que um dia você achará um produto perfeito.
Basta saber escolher, se adaptar, sem criar muitas dívidas por querem alguém com maiores qualidades, porque essas pessoas acabam por serem todas iguais, morando numa prateleira.

terça-feira, 27 de julho de 2010


Consigo comparar perfeitamente a minha vida com um livro. E logo percebo que as duas coisas possuem semelhanças monstruosas e por muitas vezes assustadoras.
Levo cada dia em que eu acordo, como se fosse uma página em branco. Tento pôr ali, as melhores coisas, mesmo que às vezes isso seja impossível. Essas páginas em branco, são tão surpresas pra mim, que tenho de escrevê-las, quanto pra você, que lê.
Coisas acontecem, e eu não consigo apagar. Está tudo gravado ali, no livro da minha vida.
Viro páginas como dias que se vão. Queria arrancar algumas, pra não ter que guardar na memória, dias ruins, mas eu não posso fazer isso, porque eu só posso escrever.
Mas confesso que algumas páginas de mim já foram arrancadas com muita violência por pessoas que fizeram parte delas. E isso doeu, mas a dor não foi mais intensa que a minha esperança.
E a razão da minha esperança-que-nao-morre é o fato de que amanhã terá outra página em branco pra eu preencher da melhor forma que eu puder. E fazer com que a página de amanhã, seja melhor que a página de ontem. E pra que o final seja tão mais feliz que o começo em branco.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Quando meu coração não se encontra mais no lugar ao qual pertence, me sinto perdida.
Tento reorganizar as minhas idéias e colocá-lo de volta aqui, no peito. Mas nem sempre consigo fazer isso facilmente como uma tarefa diária, uma obrigação.
Sou quase forçada, e pressionada, não funciono.
Muitos corações estão fora do lugar, e por essa circunstância, as pessoas cometem erros irreparáveis, ou quase irreparáveis. Se arrepender nem sempre é o melhor caminho para o coração voltar ao lugar certo. Mudar, quase sempre é a coisa certa a se fazer, mas mudar também não é fácil. Na verdade, se arrepender é bem mais fácil do que mudar.
E arrependimento é algo extremamente complicado, mas não é difícil. É o resultado de um risco, uma atitude, um pensamento, um erro.
Aí, você se arrepende por ter feito algo de errado, que pode ter prejudicado alguém, e logo, prejudicado você mesmo. Se arrepender é fácil. Mudar é difícil. Você não consegue mudar pelos outros. A personalidade humana não permite isso, e se permite, é de forma falsa. Mas a mudança é o melhor caminho pro coração voltar. Eu preciso mudar tantas coisas, por mim mesma. Preciso rever conceitos, rever pessoas e fatos. Preciso me arrepender também. Para que meu coração saia da sola do meu pé, e volte ao meu peito. Porque na sola do meu pé, ele não consegue bater.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A quem possa interessar:

Sei que esse blog não tem muitos acessos, nem é famoso. Mas esse não foi a minha intenção quando eu resolvi abrir (mais) um blog pra postar alguns textos de minha autoria.
Depois de 3 ou 4, esse foi o que mais durou (está durando). Frisando que, eu não sou escritora, nunca escrevi, não sou profissional, não ganho nada além de prazer, fazendo isso. Sempre disse que escrevo pra desabafar, porque me expressando em palavras, me sinto mais leve, é o que me faz feliz, minha paixão, o que faz com que eu voe, sem tirar os pés do chão. E não é só aqui que eu escrevo. Costumo me expressar até em pedaço de papel de pão. Tenho cadernos e mais cadernos, com textos, frases, trechos que livros favoritos, letras de músicas e etc. Também já tive uma parede do quarto toda rabiscada com palavras que pra algumas pessoas não faziam sentido algum.
Então, aqui, eu só quero mesmo deixar claro que, escrevo porque me sinto bem escrevendo. E só.
Não sou cult, não tenho uma linguagem difícil, não procuro palavras de efeito, nada disso. Pelo contrário, alguém que entenda mais de língua portuguesa do que eu entendo, se olhar, perceberá vários erros gramáticos tanto nesse texto, quanto em todos os outros que aqui, estão arquivados.
E antes que digam que eu não aceito críticas, deixo aqui, um registro:
Aceito críticas muuuuito bem. Aceito críticas produtivas, críticas argumentadas, críticas que me ajudam. Falando nisso, um menino no twitter, me explicou alguma coisa sobre crase, pois eu tinha errado lá.
Não sou poeta, não tenho livro NENHUM publicado, e nunca, NUNCA achei que escrevesse bem. Pelo contrário, tenho vários rascunhos salvos aqui. E textos que eu apaguei e (consequentemente) perdi, por achar que estavam uma bela de uma merda.
Eu nunca quis agradar ninguém por aqui, muito menos atacar alguém, mas acho MUITO injusto que as pessoas venham me atacar sem nenhum fundamento, sem argumentos e algo que possa acrescentar em vez de tentar me rebaixar. E o pior, que não são "críticas" aos meus textos, ou a maneira que eu escrevo, mas xingamentos ridículos voltados à minha pessoa. E eu não sou obrigada, e mesmo se eu fosse, não aceitaria esse tipo de coisa vindo de quem vem.
Se eu agradei alguém com algum texto daqui, se a pessoa gostou, concordou, eu agradeço de coração. Pois sei que a pessoa pensa igual a mim. Se eu sem querer insultei alguém, ou machuquei alguém com algum texto daqui, peço sinceras desculpas. Quer xingar meus textos, criticar meu blog, os meus erros gramaticais, a forma como eu escrevo e o que eu penso? Ótimo. Sinta-se completamente a vontade para utilizar dos comentários. Prometo que irei ler tudo, e absorver aquilo que me traz algo de bom e produtivo.
Prometo que responderei também, mas pra isso, preciso que a pessoa se identifique e dê a cara a tapa. Assim como eu faço, e sei que gostam. Outra coisa: Não sou um bicho de 7 cabeças, não vou comer quem vier me falar alguma coisa desagradável mostrando a cara, pelo contrário, acharei BEM mais digno do que me dar indiretinhas via twitter.

Tudo esclarecido. Aos que não mereciam ler esse post: Desculpa, não era pra vocês, abstraiam isso.
Aos que mereciam: A primeira característica de gente incapaz, é criticar e não mais tarde, desmerecer o trabalho alheio. Ou o prazer alheio, também. E isso, não é sinal de que você tem a porra da opinião própria, ou tem argumentos para discutir saudavelmente. É só um sinal de que você é INCAPAZ. E desmerecedor de qualquer sentimento, até mesmo o ódio, porque até o ódio consegue ser sincero. Deixo aqui, a minha total indiferença perante a sua postura degradável.


Pronto, podemos voltar a programação normal.

Com carinho, C.

sábado, 17 de julho de 2010

Infinito. Palavra forte, expressa tantas coisas, tantos sentimentos que julgamos serem infinitos. Palavra que viaja entre ruas, rios, vales, montes. Nos faz chegar às estrelas, pois a maior e talvez a melhor noção de infinito que temos, é o universo. Infinito como os números. Acho que sou uma caixa do infinito. Muitos sentimentos, dores, alegrias, lágrimas e cicatrizes dentro de mim, que eu me julgo ser infinita por muitas vezes.
Já perdi as contas de quantas vezes eu já chorei. Às vezes por motivos concretos e doloridos, às vezes só pra fazer graça e teatrar. Também já perdi as contas de quantas vezes eu sorri. Sorri de felicidade, sorri só pra não transparecer que a piada que me contaram não tinha graça. Sorri do tombo de alguém. Gargalhei quando assisti aquele vídeo. Sorri um sorriso irônico, mas também sorri verdadeiramente porque alguém (ou alguéns) conseguiu tirar um sorriso sincero de mim.
Infinito são os pensamentos também. Eles nunca acabam. E sempre estamos pensando em alguma coisa.
Caixinha do infinito. Definição boa pra uma pessoa tão inconstante quanto eu. Pelos meus pensamentos, já passeei pelo mundo inteiro, já cheguei a lua e já vi o sol de perto. No infinito. No infinito que cabe dentro de mim, guardei tudo. Tudinho. Todos os lugares por onde passei, todas as pessoas que conheci, todos os olhares que já recebi, e as línguas que já tocaram a minha boca. Lembro-me bem da sensação de cada uma, da textura e do gosto. Infinito de abraços que recebi. Infinito de "ois" e infinito de coisas que eu já nem me lembro mais, porque a minha memória não é infinita como o meu corpo. Nessa vida infinita, já conheci Shangrilá, mas também já cheguei ao inferno, mesmo sem saber se ele realmente existe, ou se é só criação de alguém com a imaginação infinita.Explicar cada um desses infinitos seria uma tarefa impossível, pois cada infinito tem um peso dentro dessa caixa que sou, e a minha memória não é infinita. Prefiri esquecer de alguns infinitos a mim impostos. Queria não ser tão infinita para as coisas que me machucaram, porque guardar isso tudo aqui dentro, me faz sofrer, e sofrimento ao me ver, não torna ninguém melhor. E por isso, os infinitos ruins me serviram de lição, mas não me tornaram menos infinita para as coisas ruins, e nem me tornaram alguém mais amável. O que eu quero mesmo dizer é que entre todos
os infinitos que aqui se fixam, o infnito mais bonito é o infinito compartilhado. E que eu ainda seja infinita pra alguém.

quinta-feira, 15 de julho de 2010


Entrei nesse trem com a esperança de que ele me levasse à um belo lugar, acompanhada somente da sua presença.
Rodamos, rodamos, rodamos. Pela janela desse relacionamento, eu vi muitas coisas, e passei por tantas outras. Coisas tão lindas, paisagens admiráveis, pois a maioria das coisas que aconteciam enquanto você estava comigo, eram lindas. Só pelo fato de ter a sua presença. E a sua ausência sempre me doeu. Torci, pra que nunca chegasse a hora de descer em qualquer estação sem rumo, só com a sua ausência.
Torci também pra que o fim se aproximasse como um belo pôr-do-sol e com a sua mão segurando a minha mão.
Mas na minha pequena ingenuidade, eu errei e me enganei. Em algum dia fatídico, eu saberia que alguma de nós duas, teria de descer. E descer sozinha.
Infelizmente fui eu. Porque dentro daquele vagão, onde a gente jamais pensaria ou conseguiria se perder. Eu me perdi. Me perdi de você, e a sua ausência, que doía tanto, se tornou remédio para as minhas outras tantas dores.
A dor se tornou miníma, e me fortaleceu.
Eu sei que quando eu desci daquele trem, o tombo foi grande, e eu achei que nunca mais ia levantar, e que outros trens iriam passar por cima de mim. Mas antes que isso pudesse ou viesse a acontecer, eu levantei. Levantei com os joelhos machucados, com o coração dilacerado, com a mente insana e com um pouco de arrependimento também, que era o que doía mais. Sabendo em si, que eu precisava mesmo me recuperar, apoiei uma mão no chão e fiquei firme, pra conseguir pular e subir, mais uma vez, antes que o trem passasse em cima de mim.
Me senti sozinha naquela plataforma, me senti um lixo por não conseguir mais me manter dentro daquele vagão. Mas a liberdade que eu sentia naquele momento, mesmo com o medo me rodeando, era quase que impagável. Eu sei que o amor era, foi e sempre será importante, mas eu sou um tanto quanto covarde quando esse assunto me assola.
O trem passou, olhei pra trás e te vi triste, chorando. Naquele momento, me senti mais um monstro do que um lixo. Pois nesse tempo todo, eu nunca te vi chorar. Mas eu não pude e não posso fazer nada. Desde quando entramos naquele vagão, eu fui sincera, e a sinceridade é a única coisa que permaneceu aqui, porque o amor que eu sentia, você levou junto contigo.
E hoje, eu dou tchau, pro trem, pro vagão, pra você e pro amor sem destino. E dou também, boas vindas, à essa nova cidade que eu não conhecia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Uma das pontas desse emaranhado de fios, sou eu.
Todas as outras são as pessoas que me rodeiam. Eu tenho descomplicar, desfazer esse emaranhado, mas sozinha eu não consigo.
E essas pessoas não me ajudam. Pelo contrário, elas puxam a ponta de seu fio. E quando elas puxam, tudo se complica mais. E eu não sei o que fazer.
Eu queria poder descomplicar toda a minha vida, e descomplicar a vida das pessoas, porque eu sei que elas não entraram nesse emaranhado sozinhas, eu as fiz entrar. E estão aí, todas emboladas, com as vidas emboladas, com as vidas ligadas à minha vida.
Eu não sei qual é o motivo, eu não sei qual delas é a pessoa certa, eu não sei com qual delas eu vou ter que ficar, porque não sei e não posso adivinhar, em qual ponta a minha ponta vai terminar. E eu continuo me enrolando, me emaranhando, errando e errando e errando. Até o dia em que alguém aparecerá somente com o intuito de me descomplicar.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu irei escrever pra você sempre que eu puder. Mesmo que você não leia, mesmo que você não queira ler, mesmo que seu orgulho seja maior do que a vontade de saber o que eu realmente tenho pra dizer. Eu sempre vou escrever pra você.
Você sempre foi a minha maior inspiração, a minha maior verdade e a certeza mais absoluta da minha vida. Eu sempre vou escrever pra você. Até que meus dedos calejem, meus olhos não enxerguem, eu vou escrever pra você.
Até que a caneta falhe, a internet desconecte e a ponta do lápis quebre. Eu vou escrever pra você.
Até que o papel acabe, a memória fuja e o coração não dispare. Eu vou escrever pra você. Até que ninguém mais leia, o clichê apareça e a dor somente espaireça. Eu vou escrever pra você.
Até que as palavras não digam nada, as letras se embaralhem e os poemas se acabem. Eu vou escrever pra você.
Até que você rasgue, uma lágrima role e a gente novamente se enrole, eu vou escrever pra você.

quarta-feira, 7 de julho de 2010


Esperei tanto e tão sufocada e angustiada por esse momento. Olhei por tantas vezes no relógio, tentando fazer com que ele voltasse e parasse naquele tempo bom em que vivemos. Olhei por tantas vezes no relógio, tentando fazer com que ele se adiantasse logo pro dia em que eu iria te reencontrar.
Fechei meus olhos, coloquei as mãos no rosto e pude sentir todas as lágrimas que rolavam enquanto eu pensava em que talvez esse dia nunca chegasse.
Meu coração pulsava tão fraco quanto um relógio quase que sem bateria como se a bateria da minha vida fosse você. E a cada dia ele pulsava mais devagar pois eu sabia que a cada dia, você dava mais um passo pra longe de mim. E cada pulso mais fraco era como se fosse um momento se esvaindo diante dos meus olhos, olhando praquele relógio que não passava de um relógio estúpido, mas que pra mim signifcava tanto, assim como qualquer coisa vinda de você significava.
Eu queria me perder nesse tempo, voltar no tempo, me adiantar no tempo, congelar o tempo, mesmo sabendo que o tempo nunca passou de uma mera ilusão.
E essa ilusão demorou tanto pra passar. Mais do que qualquer outra ilusão que tive na vida. E foi também a ilusão mais dolorida e mais real, pois pra essa ilusão eu podia olhar.
Olhava na parede, no pulso, na tela desse computador, na Catedral e em todos os lugares por onde eu andei, esperando que você um dia fosse voltar e fazer com que o relógio e o calendário voltassem praquele dia 18 quando o mundo ao meu redor parou por apenas alguns segundos e fez com que eu tivesse sentido ele parado por anos e anos e anos. Depois passou... E eu caí no ponteiro da realidade, onde nem tudo é tão bom, aprendi que todos nós erramos e que às vezes até um relógio erra. Pra me salvar dessa teia de lágrimas, erros, tempos e ilusões, existe aquele amor intocável e incondicional que no fundo eu sabia que nunca tinha me abandonado sozinha numa sala de relógios.
Somando o tempo, o ano, os meses, as semanas, os dias, as horas, os minutos, os segundos, a minha instabilidade e o amor, percebo que sou muito mais forte agora mesmo sem ter um relógio por perto, sei que um dia a hora de voltar irá chegar.

segunda-feira, 28 de junho de 2010


Olhando pro céu de cabeça pra baixo, volto à minha memória tentando compreender em que ponto foi cometido o erro para que desencadeasse toda essa dor desnecessária que hoje se abre dentro de mim como uma flor aguardando a primavera.
Penso, repenso e até "tripenso" em todas as atitudes tomadas desde o dia em que te conheci. Todas as atitudes pensadas, antes de serem tomadas. Naquele tempo eu tenho mais do que certeza de que pela primeira vez na minha vida, não fui impulsiva como sempre fui, antes de te conhecer e como tenho sido hoje em dia.
Muitas coisas mudaram, eu sei. Mas algumas ainda continuam intactas aqui.
Te conheci sendo a menina-problema que sempre fui, e me tornei uma pessoa melhor assim que você deu o primeiro passo para dentro da minha então, sub-vida. Aí, as mudanças boas começaram a aparecer e o céu voltou a ser assim, tão colorido e bonito. Aonde era cinza, brotaram cores. Nesse tempo eu apenas tentava me manter na linha, na corda bamba, pra que a decepção não chegasse até você, como já havia chego em mim, por muitas e muitas e talvez MUITAS vezes.
Foi em vão, eu sei, não consegui me manter tão perfeita quanto você era perfeita. Não consegui me manter do jeito que eu planejava por muito tempo. Mas fazer o quê? Se eu era aquela explosão de sentimentos e dúvidas e oscilações e problemas? Ainda sou.
Se não fosse você, não seria mais ninguém. E também não foi. Olhe pra mim, ainda sou do mesmo jeito, e nem você, que era você e que é você, não conseguiu me mudar, quem então nesse mundo, nesse paradiso perduto conseguiria?
De fato, ninguém. Nunca pude ser enjaulada, presa, controlada. Sempre amei a minha liberdade e a minha vontade de fazer o que quiser.
Já você, não. Toda presinha, boazinha. Digo que até um pau-mandado.
Lamentável. Eu reparei em toda essa cadeia de erros. E só de pensar por 3 segundos reparo que o erro maior sou eu.
Nunca foi você, NUNCA.
Sempre fui eu. Eu, a errada, a doida, a insegura, a chorona e os extremos. Da menininha dócil, domável e frágil à menina-porra-louca, que só quer se divertir e meter a mão na cara de quem ousar se meter com ela.
A que já endoidou por várias noites, já chorou e já experimentou quase todos os tipos de droga numa mesma noite. Eu era o rock, a bossa nova e o chorinho. Eu era tudo, tudo pra mim, como você era tudo pra mim, e eu tudo pra você. Era. Era uma vez...
Mas dessa vez, não se tem um final feliz quanto os contos de fadas...
E o mundo continua de ponta cabeça, pra mim.

terça-feira, 22 de junho de 2010


Aceito mais uma xícara de café, acendo um cigarro, pego um lápis qualquer e tento colocar no papel as idéias que não se ajeitam em minha cabeça.
Faz algum tempo que deixei de ser uma pessoa centrada. Rabisco, rabisco, rabisco e só percebo o quanto me faz falta uma boa inspiração. Há algum tempo não pego num livro pra me derramar porque já não sei mais o que é ler com a alma.
Tento parecer mais normal, finjo que sou mais normal, que levo uma vida normal, tenho amigos normais e uma família normal, mas no fundo sei que todos sabem que não somos mais assim.
Existe em mim uma parte apagada feito a cinza do cigarro que cai em cima da folha em que eu tenho tentado por pelo menos 5 minutos, demonstrar os devaneios que passam aqui dentro, feito um turbilhão de expectativas que se esvaem no instante em que eu lembro que sou apenas uma colecionadora de decepções.
E sou! Assim, tão inconstante como a fumaça que sai do meu café e se mistura com a fumaça da chama do meu cigarro semi apagado. E estou me apagando, evaporando com uma frequência bem mais constante do que todos esses pensamentos insanos que eu tenho tido desde que aquela porta foi aberta e que por vontade própria eu fechei sem deixar ninguém mais ocupar o seu lugar, que é tão seu quanto os seus sapatos que ainda estão debaixo da minha cama desarrumada. Me sinto fraca quando lembro das minhas fraquezas, da fraqueza de não conseguir me manter distante por muito tempo, mais fraca que esse café, que tampouco consegue me manter acordada, até que eu acabe com esse cigarro que me faz tanto mal. Mal, mas não mais mal do que essa vida tem me feito.
Acho que os calos do meu coração são bem maiores que os calos da mão de qualquer trabalhador braçal. Os calos da minha mente, são tão grossos que nenhum objeto perfurante conseguiria ultrapassá-los para fazer com que eles mudassem tão de repente. Mas eu também não quero isso. Por hoje só quero terminar de rabiscar o que a minha mente propõe, que é a única coisa que consegue ultrapassar os calos, da mente e do coração.

sábado, 12 de junho de 2010


Por ora eu quero sumir, me perder, me esconder e correr.
Pra ter o prazer de te ver me procurando em todos os cantos, atrás de todos os móveis.
Quero ver o desespero dentro de suas púpilas, quero sentir a recíprocidade da falta que você me faz. E se me faz...
Quero me esconder no lugar mais difícil e ficar longe de você o tempo que eu puder, se eu puder. Nem que seja por apenas um dia.
Pra depois ter o prazer de te ver me procurando e me achando. Pra toda aquela entrega se refazer, como sempre se refaz.
Me sinto completa enquanto estou sumida e algo me diz que você me procura e me encontra enquanto eu me perco completamente ao te encontrar. Porque a cada encontro, é uma despedida, e a cada despedida, é uma perda. E a cada perda, é uma sensação ruim, e a cada reencontro é uma nostalgia dos encontros perdidos.
Me perco ao te encontrar, te encontro ao me perder, me perco e te encontro enquanto me perco no nosso tempo e me escondo do teu medo de me perder.

terça-feira, 25 de maio de 2010


Gostoso seria se os caminhos de nossas vidas fossem traçados feito os caminhos que temos nas mãos. Não haveria tanto desgosto nem tanto sofrimento por escolhermos os caminhos errados.
Um dia num caminho de flores, noutro dia, um caminho escuro e assustador. Também temos a má sorte de encontrarmos caminhos que não nos levam a lugar nenhum. E caminhos tão tortuosos e traiçoeiros que fazem a gente se perder dentro de nós mesmos.
E quase nunca há alguém pra nos acompanhar, ou porque não querem, ou por simplesmente nos abandonarem no meio do caminho.
Somos apenas companhias sozinhas em caminhos distintos e longos.
Escolhas são caminhos, escolhemos a rota, escolhemos na cegueira de nossos olhos, sem sabermos o que nos espera além da próxima curva.
Se são coisas boas, ou coisas ruins, coisas alegres ou coisas que nos fazem sofrer sem nenhuma recompensa além do aprendizado amanhã, quando o sol nasce e ilumina os caminhos.
Cada dia é um caminho, cada pessoa que entra em nossas vidas é outro caminho.
Seguimos, abandonamos, viramos, desistimos, damos marcha ré e voltamos. Sorrimos, choramos, queremos, não queremos mais. Caminhos bonitos, caminhos tristes, pessoas más, pessoas boas. Flores e espinhos.
Cada um de nós é um caminho. E antes mesmo de escolhermos um caminho pra nós, somos a bússula do caminho de alguém. E se o meu caminho é mau, o caminho de alguém será mau também. Se o meu caminho é bom, alguém irá sorrir.
Quem você tem feito sorrir ou sofrer? Quem tem feito você sorrir ou sofrer?
Escolha o caminho certo, a esperança habita em cada curva, por mais perigosa e avassaladora que ela seja. Não se sabe o que nos espera lá na frente e só saberá aquele que percorrer o caminho das flores sem temer a dor que os espinhos causam...

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Me peguei pensando nas ilusões que vivi ao seu lado e mesmo estando ao seu lado, percebo que vivi ilusões na solidão. Talvez elas tenham sido criadas por mim mesma, num belo poço de água turva do qual eu nunca saí. Sei que pra eu me afundar, não me bastou estar sozinha, precisei de um empurrão e a mão que me empurrou, com certeza era sua. Tão sua, quanto minha. E essa mesma mão, era aquela que apertava a minha mão quando eu sentia medo. A mão que me prendia, me segurava, me socorria, era a mesma mão que alguns dias depois iria me empurrar do penhasco, me afundar na água turva e me sufocar sem ter um motivo concreto. As ilusões, tão toscas, tão ridículas e tão criadas por nós mesmos, quando somos meras criaturas de outras ilusões.
O tombo, ou a submersão no poço de águas turvas e reais é tão dolorido quanto uma facada no peito, embora o caminho de volta seja difícil e solitário, sempre é preciso voltar.
O poço só tem uma saída, e nadando na realidade percebemos que essa saída é por cima. E que não há outro caminho a não ser esse.
Quando somos derrubados, ou mesmo quando caímos sozinhos, notamos também, que sempre somos sozinhos, e que o fato de pensarmos que não estamos sozinhos nunca, é outra ilusão. O coração e os sentimentos possuem teias, e essas teias nos prendem, são complicadas, machucam e fazem doer. Teias de ilusões, e quando dizem que nunca nos iludimos sozinhos, soa como incoerência, por acaso somos iludidos por alguém?
Não, não somos, quando fantasiamos e criamos ilusões afetivas com qualquer outra pessoa, criamos sozinhos, mesmo que essas tais pessoas nos dê um embalo. A criação é nossa, o caminho até pode ser à dois, ou à três. Mas a criação é única, individual. Eu me iludi sozinha, criei sozinha, mas não caí sozinha, precisei de um empurrão, de uma força pra que pudesse submergir naquelas águas turvas.
Precisei também, criar, achar ou até mesmo inventar uma força muito maior pra conseguir emergir e voltar a respirar olhando pras realidades que estavam ao meu redor nadando, nadando e nadando.
Sobrevivi. Não sei como, mas sobrevivi. Sozinha, do mesmo jeito que criei as ilusões, emergi, me salvei, abri meus olhos e pude enxergar que por mais doloroso que seja um tombo ou uma submersão, a lição que ganhamos no final da história é bem mais valiosa do que se todas aquelas ilusões bonitinhas e amorosas tivessem virado realidade nua e crua. O ser que eu criei e que respirava embaixo d'água é muito mais forte do que todas as mãos que tentaram me empurrar novamente.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Percebo que não exstem mais coisas insubstituíveis.
Acreditei nisso por muito tempo mas agora consigo enxergar além do que é me imposto por mau uso do verbo amar.
Antes, eu julgava que até um simples "gostar" pudesse ser insubstituível não só pra mim, mas pra muitas outras pessoas também.
Hoje, eu entendo que nem isso consegue ser mais insubstituível.
Basta aparecer um gostar melhor, sem muitos empecilhos ou dificuldades que o antigo gostar já não faz mais tanto sentido ou já não tem mais tanta força.
E erroneamente julgamos também que a pessoa que tem por nós um certo gostar, nunca irá nos substituir por um outro alguém.
Mas tudo funciona pela lei do contrário.
Eu nunca parei pra pensar em quantas pessoas eu já substituí nessa vida, mas sei, contando meio por cima, que não foram assim, tão poucas. Algumas até me fazem sentir um certo arrependimento, enquanto outras são só peças descartadas.
Mas o fato é que devemos pensar um tanto antes de fazermos qualquer substituição. Pessoas substituidas sofrem, e além disso, olhando pelo lado egoísta, devemos sempre substituir as pessoas, por outras melhores, ou adequadas as nossas necessidades.
E não devemos também, nos sentirmos culpados por uma substituição, afinal, quem nunca foi substituído e muitas vezes substituídos por pessoas piores que não souberam ou não tiveram a capacidade de fazer o "serviço" com a capacidade que nós tínhamos?
Pois é. Basta-olhar-pro-lado-e-se-interessar-por-alguém-mais-interessante-do-que-a-atual-pessoa-que-tudo-será-mudado.
Simples, não? Simples.

sexta-feira, 23 de abril de 2010


E daí que acabou?
Tudo acaba, até mesmo a vida.
Por que os sentimentos não iriam também um dia se findar?
Para de graça, ou de reclamação. Tudo se desgasta e infelizmente esse amor todo aí não é eterno.
Pois é, não é. Você só acha que é, ou talvez até martele essa certeza na sua cabeça nos dias de fraqueza, mas não, esse amor cheio de cíumes, obstáculos e empecilhos não é eterno.
Eterno só é o amor incondicional. Sabe o que é isso?
Aquele amor que independe das outras coisas, independe do status, independe até mesmo do relacionamento. Tipo amor de mãe e pai.
Esse amor é eterno e poucos tem o talvez (des)prazer de experimentá-lo. Ele não passa, não retrai mas também não faz sofrer. Só fica alí, guardadinho num canto como uma peça de roupa velha enfurnada no seu guarda-roupa. A única diferença é que aquela peça, por muitas vezes é esquecida e esse amor não.
Ele te cutuca, mas não te cutuca por mal. Te cutuca só pra lembrar que ele está alí, intacto.
É algo digamos que... insubstituível e intransferível. Você pode não estar com a pessoa amada, ou pode até mesmo estar com outra pessoa, mas o amor daquela lá, não pode ser transferido pra essa aqui.
Isso tudo porque a pessoa amada também é incomparável. Há quem diga que isso é loucura.
E se for? Posso ser uma pessoa louca. E daí de novo?
Quem pode mesmo saber o que se passa pelo lado de dentro de um outro alguém? Ninguém. Malemá sabemos o que se passa aqui, em nossas feridas-pulsantes.
O amor. Quem pode questionar? Mas acaba. Acaba se não for incondicional e acaba quando se menos espera. Talvez seja só uma flor, plantada num canteiro sem proteção onde qualquer pessoa que esteja passando por perto possa arrancar essa flor.
Com raíz e tudo! Ou então, até essa flor morrer, no outrono, de velhice ou de mesmice.
Há também o fato de que muitas pessoas não estão felizes com seus próprios jardins e então essas pessoas passam a procurar a flor mais bela no jardim do alheio. E de uma forma ou de outra a sua flor-amor-se-vai.
E até você, jardineiro (JARDINEIRO! Não, não dono do jardim) superar a falta que essa flor faz, demora.
Ou melhor: Demora só até você tomar a decisão de plantar outra semente-de-amor.
E a hora de tomar essa decisão, só você sabe. Substituindo flores arrancadas. Substituindo amores condicionais arrancados. Essa é vida, o mercado de amores e o mercado de flores.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Coração: Uma ferida que pulsa e bate.
Ferida aberta, sem remédio e talvez sem cura.
Músculo que não obedece. Age por si só, e por vezes se machuca. Acelera, vai devagar. Salta e quase sai pela garganta.
Mexe, remexe e samba quando se junta com a visão.
Toma decisões sem antes consultar a razão.
Chora, mesmo que em silêncio. Se quebra, por muitas vezes sozinho mas sempre consegue se recuperar mesmo que o tempo não seja assim, tão bonzinho.
Dono de todas as emoções e ao mesmo tempo dono de nenhuma emoção.
Se perde, se acha e continua alí, sem sair do lugar mesmo quando sai voando por um motivo que julgávamos besta, até o belo ou a bela entrar em cena.
Sabe todos os ritmos, reconhece todos os sons, sente cheiros, e gostos.
Manda na barriga, mesmo que ela negue. Toda vez que o belo ou a bela aparecem, ela gela de medo enquanto o coração acelera sem freio.
Ah, o coração! Achamos que não podemos viver sem o coração órgão e que o coração emoção é totalmente dispensável, mas nos enganamos. Ele sempre está alí, junto do coração órgão regendo todos as nossas emoções, os nossos sentimentos.
Coração. Fica apertado quando estamos chateados. Fica angústiado quando estamos com medo, fica acelerado quando estamos agraciados.
E quando menos esperamos, ele decide por nos abandonar e parar de bater.
Coraç...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

E não adianta você me julgar, isso não fará de você uma pessoa melhor, fará de você uma pessoa incoerente. Mais incoerente do que já é de tanto julgar pessoas que são exatamente como você é.
Somos iguais, somos farinha do mesmo saco.
Tenho a mesma quantidade de erros que você e a mesma quantidade de acertos.
Temos também as mesmas dores, e não adianta você se esquivar achando que vai enganar alguém dizendo que você é melhor do que qualquer outra pessoa.
Lixo, é o que somos. Uma-tonelada-e-meia-de-lixo. Carregamos o mesmo peso, e já compartilhamos das mesmas lágrimas. Os sorrisos talvez sejam diferentes e por motivos diferentes, mas são do mesmo tamanho e tom.
Nada do que você fizer irá diminuir as nossas semelhanças.
Ao mesmo tempo que os meus olhos embaçam, os seus olhos se fecham. Estamos na mesma sintonia, mesmo que você tente manter seus olhos abertos enquanto os meus embaçam. Nada pode romper. Mesmo que você me julgue, ou diga que me odeia. Nada pode mudar isso, mesmo que até o bater de asas de uma borboleta cause um grande caos do outro lado do mundo. Aqui, o caos é totalmente diferente. O caos que me satisfaz e que ao mesmo tempo faz com que eu deseje apenas paz - e ao seu lado. Porque uma tonelada e meia de lixo não pode ser pior do que um simples saco de lixo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Tentei controlar essa introspecção sem ter que reparar muito nos meus erros pois sei que isso não é bom para mim mesma. Me sinto triste por ter errado em coisas tão medíocres mas que fizeram uma diferença imensa e irreversível na minha vida.
Olhar pra dentro de mim nunca é fácil, mas dessa vez foi mais difícil do que eu podia imaginar. Quero tirar lições boas disso, observar a minha consciência e perceber que as minhas condições mentais são otimistas o suficiente pra fazer com que eu só consiga enxergar as coisas boas que as mudanças trazem. Não consegui. O podre que eu carrego em mim talvez seja bem maior do que tudo aquilo que eu aprendi errando e batendo na mesma tecla por um certo tempo.
Quero muito decorar o meu ser com flores lindas e coloridas, mas ainda que feche os olhos, não tenho a capacidade para imaginar as flores. Vejo tudo muito escuro por mais que lá fora as cores vibrem.
Sinto rosas mortas, cheias de espinhos e feias. Um jardim morto, onde um dia já foi um belo jardim.
Preciso cultivar mais coisas boas, preciso regar meus sentimentos bons e o meu otimismo para que as sementes não morram.
E talvez essa seja a lição mais importante...

sexta-feira, 26 de março de 2010


Só queria ser, antes mesmo tentar estar, eu só queria ser. Ser uma pessoa com muitos adjetivos, ser quase uma pessoa perfeita para aquela outra pessoa que pra mim, era perfeita - e intocável.
Eu até seria, se não fosse pela dificuldade de ser. Eu me esqueci completamente de que eu nunca fui perfeita. Talvez nunca tenha sido perfeita para mim mesma, quanto menos pra alguém à parte.
"Ser" se tornou uma das maiores dificuldades que encontrei ao longo da minha caminhada. Ser, era algo que me pesava e que ao mesmo tempo era leve, real e livre.
Uma coisa contraditória, eu sei. O fato é que eu nunca fui assim, só assado. Fui eu mesma com as fraquezas, mas não fui em momento algum o tanto que eu gostaria de ter sido. Reconheço isso como uma derrota pra uma vitória minha mesma.
Como se eu lutasse comigo no ringue da vida e como se uma parte de mim tivesse perdido enquanto a outra parte tivesse ganho e estivesse - nesse momento - rindo irônicamente, enquanto a outra parte chora até soluçar.
Não sei estabilizar isso, não sei controlar e tampouco equilibrar. Aí tento, ao menos, viver em desequilibrio o que é mais difícil do que se equilibrar, acreditem.
É, o ser é bem mais complicado do que o estar - e fingir.
Se eu conseguisse fingir, ah, seria tudo bem mais fácil. Mas isso eu não consigo - de verdade, não consigo.
Por isso tenho entrado em meio a tantos conflitos pessoais onde a minha cabeça roda, gira, gira e roda e nunca chega a uma conclusão válida dos meus sentimentos confusos e ácidos.
Sempre fui instável, o caos sempre me acompanhou e me agradou e eu nunca pude imaginar que um dia tudo isso se misturasse e me causasse um certo desconforto emocional. O tempo também aparece, pra me provar que existem coisas, sentimentos, pessoas, saudades, abraços, afagos, brigas, lágrimas, e mais um emaranhado de sentimentos que são inesquecíveis.
Maldita seja a memória. Maldito seja o coração, que sempre pesa dentro de mim mais do que qualquer outra coisa e que sempre me faz parar e pensar antes de tomar qualquer decisão que eu sempre cogitei ser precipitada pelo o meu "ser" ser assim, inconstante.
Uma hora eu explodo, ou você explode. Uma hora a gente se encontra de novo nesse círculo vicioso que é a nossa vida. Sim, a nossa vida, porque eu penso e mentalizo que entre nós não existem duas vidas desde quando a gente se encontrou sei que a minha vida e a sua vida se tornaram uma só, enroladas num laço com um nó bem apertado que nem a pior coisa do mundo (talvez a morte) consegue soltar. Certeza disso não me falta, por isso deixo que tudo seja, da forma que tiver de ser. Pois sei que o meu ser, vai encontrar seu ser no final de cada capítulo da nossa história que vem sendo escrita há tanto tempo mesmo que com linhas tortas e frases mal apagadas, tudo no final vai se ajeitar porque se for com você, eu sei que o meu ser se ajeita, se deita e se deixa levar pelo o outro ser que é tão seu ser, quanto meu ser. E assim somos, desde o começo. Não um círculo fechado entre eu e você, um círculo imaginário que nos prende e que nos solta para que outras pessoas mesmo que tão irrelevantes façam parte do círculo só por fazer com que a gente perceba que não adianta mesmo tentar correr, a linha do círculo é imaginária mas no prende mais do que qualquer outra linha inquebrável.
Por quantas vezes incontáveis tentamos simplesmente fugir, se esconder, sumir pra que essa linha fosse apagada e por todas essas incontáveis vezes, se fossemos cachorros estaríamos voltando com os rabos entre as pernas.
Sinto que ser, tem sido apenas um jogo de tabuleiro onde quem erra volta do começo, do ponto de partida, por mais que isso seja chato, é válido porque nem eu e nem você conseguimos chegar mesmo num final. Deixa ser e mais do que ser, apenas esse jogo de tabuleiro sem final. Ser.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Entre as gotas de chuva que escorriam no meu rosto e as lágrimas salgadas que eu sentia na ponta da língua, eu corria, corria e corria. Corria entre os carros e os raios, corria pra tentar fugir de mim mesma e esquecer aquilo que era inesquecível pra mim.
Eu me misturava entre carros, poças e pessoas. Eu sentia o meu cabelo molhado e cortante como uma lâmina batendo no meu rosto. Sentia meus pés úmidos e meu coração gelado.
Sentia também que talvez não chegasse à lugar nenhum.
Meus pensamentos não se completavam e as coisas não faziam mais sentido. Eu queria só um copo de chá, um cobertor e aquele corpo quente pra me esquentar no frio que eu sentia. Mas eu sabia que isso não era possível e que o que me cabia era somente correr sem ter um destino.
Fugir daquilo que eu era, daquilo que eu fui, daquilo que eu sou e daquilo que eu sentia, fugir. Fugir sem pensar, apenas fugir e deixar que a chuva levasse escorrendo tudo aquilo de ruim que eu tinha passado. Corria, corria e corria...

segunda-feira, 8 de março de 2010


A gente quer tanta coisa, mas nunca disseram que querer é poder, a gente quer ter, mas se contenta em apenas estar. A gente deseja demais, mas nunca conseguimos correr atrás do desejável. A gente só tenta ser a gente mesmo, mas nem sempre nos deixam. A gente quer abraços, beijos, amor sem limites. A gente quer carinho, atenção e afeto, mas quase ninguém está disposto a nos dar tudo isso numa mistura de coisas perfeitas incabíveis numa mala. A gente quer. E apenas quer. E quando queremos demais a esperança é a última que morre, até porque quando ela morre, morremos junto. A gente ainda quer mais esperança, sem saber que esperança é um veneno tomado em pequenas doses dia após dia. A gente quer, e por querer criamos expectativas e acreditamos em promessas, mas no fundo esquecemos que as promessas que criam expectativas só servem mesmo para borrar maquiagem. A gente quer tudo, mas nos sentimos felizes com migalhas, nos sentimos felizes só pelo fato de ter alguém segurando nossas mãos sem nos deixar cair. A gente quer, até o dia em que querer não nos serve mais...

quinta-feira, 4 de março de 2010


E entrou naquele banheiro procurando alguma coisa que pudesse amenizar a dor que sentia.
Não era uma dor física, era uma dor muito maior, uma dor psicológica que a torturava dia após dia.
Abriu o armário à procura de uma lâmina para que pudesse sentir sua pele rasgando enquanto a dor física amenizava a dor psicológica, mas não achou.
Olhou para espelho e já não reconheceu a face que via refletindo através de uma luz baixa em meio a um banheiro sujo e cheiro de coisas podres. Abriu de novo o armário procurando por aqueles comprimidos que a sua mãe comprava de mês em mês, mas o frasco estava vazio, espalhou todas as coisas que estavam dentro do armário, tudo caiu e fez um estardalhaço. Sentiu então um caco de vidro atravessar o seu pé direito, olhou para baixo e viu o sangue jorrando, pensando no alívio que estava por vir, abriu as torneiras da banheira e deixou que tudo ficasse morno, com gosto de vômito.
Acendeu um cigarro, arrancou a roupa e colocou primeiro o pé ensanguentado enquanto olhava a água cristalina se misturar com o seu sangue que cheirava a fracasso.
Quando a banheira já estava semi cheia, ela teve a brilhante idéia de jogar tudo pro alto, submergir e não emergir mais. Nunca mais. Então ficou alí, com os olhos claros arregalados como se tivesse visto um fantasma, ficou alí, com a pele enrugada e branca enquanto seus lábios tinham cor de morte e sabor de perda...

terça-feira, 2 de março de 2010


Construir um castelo na beira do mar, com a vista mais linda pode não ser um bom plano.
O mar é traiçoeiro, a vida é traiçora e quando você menos espera vem uma onda avassaladora e derruba toda a construção que você julgava ser forte.
Não construir um castelo não quer dizer para não depositar expectativas encima de pessoas ou planos imperfeitos.
Quer dizer para sermos mais prudentes antes de construirmos nossos castelos encima de qualquer espaço que nos é dado.
Esses belos espaços podem ser enganadores e acabam destruindo nossos castelos...

segunda-feira, 1 de março de 2010


Por todas as vezes que você entrou por aquela porta, eu quis ser a sua paz, a sua calmaria e ao mesmo tempo seu inferno e seu caos.
Eu desejei sentir tudo o que você, só você queria que eu sentisse, e eu quis muito que você sentisse todo o furacão de sentimentos que eu podia um dia te proporcionar.
Eu quis por querer ser a sua paz, te ter em meus braços e te dar aqueles abraços que só você soube um dia me dar.
Quis também te deitar em meu colo e te acariciar. Acariciar seus cabelos, ah, os belos cabelos que um dia refletiram a luz do sol.
Quis tocar os meus lábios nos seus lábios, tocar os meus lábios no seu dorso e por fim, tocar os meus lábios por onde você permitisse e quisesse.
Hoje, eu conto os dias pra te ver entrar por aquela porta, aquela porta que é tão vazia assim como tudo aqui é tão vazio sem a sua companhia...
Entre por aquela porta, a porta que sempre se manteve fechada e a porta que abre só pra você. Entre, e traga consigo o meu coração e a minha felicidade...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O que é o fim pra você?
Pra mim o fim nada mais é do que um recomeço. O fim é um ponto final numa história, numa linha.
Pra que eu possa ir um pouco mais além e começar outro parágrafo, outra história, mesmo que essa não tenha um final feliz como nos contos de fadas.
Tudo tem um fim mesmo que a maioria dos fins sejam tristes, tudo também tem um recomeço.
E os recomeços nunca são tristes, portanto, não vale a pena desanimar e fraquejar por um fim, vale a pena esperar pelo novo recomeço...


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


O que me leva a crer que o amanhã será melhor do que hoje, é a imensa vontade que eu tenho de acordar lutando pra fazer um dia melhor.
Lutando também, pra me tornar uma pessoa melhor e pra me moldar em torno das pessoas que eu amo e que fazem por onde.
Se eu ganhar a chance de levantar da cama de novo amanhã e ver um lindo dia - por mais feio que ele possa parecer - eu lutarei pra fazer dele o melhor do dia, mas que ficará digamos que, "menos melhor" do que outra chance de amanhecer e sentir meus olhos abrindo levemente.
Eu quero sentir isso, amanhã de manhã... e com certeza não será mais uma chance desperdiçada, mesmo que no final do dia de amanhã, você diga: - Meu dia foi uma merda, mas amanhã será melhor!

domingo, 21 de fevereiro de 2010


A cada segundo, sinto que um milhão de borboletas saem da minha boca num lindo ballet, vindo do meu estômago.
Elas fazem um barulho estranho, mas que soa como música - a mais linda música - aos meus ouvidos.
Percebo também que elas saem felizes, como se tivessem sentindo a liberdade de voar pela primeira vez.
Sinto assim, como se fosse a primeira vez, todas as vezes que elas vêm e elas estão vindo...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quando se está à beira de um abismo sentimental, só se tem duas alternativas.
A primeira: Se jogar com coragem, enfrentar o medo e sentir a liberdade de voar, até tocar o chão e tentar ao menos sobreviver a esse mar de sentimentos. Sabendo do risco de morrer, de perder tudo aquilo que até ali, tinha sido conquistado. E saber também, das chances de se conquistar algo bem maior, com uma felicidade infinita.
A segunda: Fugir, correr na covardia, sem olhar pra trás, por medo de enfrentar a queda, por medo do que vem pela frente e morrer na dúvida de não ter tentado, de não ter apostado e de não saber se aquela queda seria fatal ou se ela seria essencial para novos aprendizados e sentimentos, mesmo que pra isso, tivéssemos que sofrer a dor de ter caído de um lugar tão alto.
Eu sempre escolho a primeira alternativa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E sempre diziam:
- Não se pode viver na terra dos sonhos. Sonhos são só sonhos, quase nunca viram realidade, mesmo que você acredite cegamente neles. Viver de sonhos e expectativas não dão em nada, é preciso viver de realidade, de sofrimento, de dia-a-dia e viver de todo o aprendizado que a vida real nos oferece.
E ela sempre respondia:
- E daí? Aqui nos sonhos eu nunca estou sozinha...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


Existem dores que deixam cicatrizes, apesar de todas as dores terem cura por mais demorado que seja o processo da cura, elas passam, só não passam aquelas dores que deixam cicatrizes, pois essas dores nunca serão esquecidas. Toda vez que olhamos pra alguma cicatriz seja ela física ou psicológica, lembramos da dor que ela nos proporcionou antes de ser apenas a cicatriz de uma ferida que foi fechada. Feridas se fecham com dificuldade e se abrem com facilidade. Não se deve olhar para uma cicatriz de uma ferida que não foi completamente fechada e que ainda dói, pois ela se abrirá novamente e doerá muito mais do que doeu da primeira vez em que ela foi aberta.

Todo mundo tem um espelho. Aliás, todo mundo é um espelho, mas esse espelho que nós temos e somos quase nunca nos traz coisas boas. Às vezes a gente se espelha em pessoas erradas, a gente se vê e se encontra em pessoas erradas e sabe o que isso quer dizer? Que por muitas vezes somos errados. E além do espelho mostrar o que você é, o espelho em qual a gente se vê não mente. Você pode ver nele todos os seus defeitos. E o espelho também é a sua consciência. Toda vez que você errar, você vai olhar pro espelho e o espelho vai refletir exatamente a imagem do erro que você cometeu. A nossa consciência por muitas vezes é esquecida, mas não há como se esquecer do espelho. Todo mundo necessita de um. E nem sempre é um espelho que reflete a sua imagem. Às vezes ele é um espelho inspirador. Você olha pra ele e quer se ver e ser exatamente como ele é, mas esses espelhos inspiradores não são como os outros espelhos. Os espelhos inspiradores tem defeitos muito feios, eles mentem e enganam. Te iludem, depois te fodem. Usam a sua imagem pra sua própria condenação. Nunca acredite em espelhos inspiradores. Acredite nos espelhos reais que te mostram aquilo que você é com todas as qualidades e defeitos vísiveis.