terça-feira, 20 de dezembro de 2011

TEMPUS FUGIT.

Lembro-me bem dos relógios antigos e a frase que vinha talhada na maioria deles. Tempus Fugit.
Era latim, eu era criança e obviamente não entendia, mas nunca me esqueci dela. Depois de longos anos, e de tempos fugindo, eu descobri o significado da frase bonita.

Descobri também que o tempo é subjetivo - e por muitas vezes ilusório. E nada, nunca me assustou mais do que a espera angustiante pelo final de tudo o que nos cerca.

Essa é outra característica que apareceu bem cedo, quando eu assistia jogos de futebol, sempre acompanhada do meu pai e conseguia enxergar dentro dos olhos dele, a angústia pelo minuto e pelo apito final.

Mais importante que começar, era acabar. E acabar bem.
Essa sina continuou... E continua. Até hoje é muito angustiante e assustador pra mim, esperar pelo final.
Final de seriado, de novela, de filme, de livro... De livro é um dos piores. Eu leio primeiro a última página, porque se eu não fizer isso, enlouqueço e paro até de comer, até alcançar - o mais rápido possível - o final.
Final de jogo, final... Final de ano. Esse também é um dos finais que mais me assustam... E o de 2011 então, tem me assustado mais do que um dia, eu poderia imaginar.
Final de gravidez, mais final de ano, finais de ciclos... E contagens regressivas constantes. Pra ajudar na paranoia, ganhei um relógio de presente. Agora olho pra ele de 2 em 2 minutos, espero pela hora 0, como um noivo aguarda ansiosamente pela entrada de sua amada na igreja.
E parece que o tempo parou de fugir.

Um dia tem demorado mais que uma semana. Uma semana, mais que um mês. 18 dias, mais que uma vida! E eu enlouqueço. E COMO ENLOUQUEÇO. Quero fazer tudo, e ao mesmo tempo refrescar a cabeça e desencanar. Quero sentir tudo, e ao mesmo tempo apagar e não sentir mais nada.
Como é difícil... Faltam 11 dias pro ano acabar e finalmente, mais um encerramento de ciclo, parece pouco, né? Uma semana e 4 dias. Mas quem disse que essa semana quer passar?

Enfim, eu só quero que o TEMPUS FUGIT. :)




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Se não fosse assim, haveria de ser assim...

Desde que me entendo por gente, escrevo.
Aprendi a ler e a escrever muito cedo, antes mesmo de pisar oficialmente num corredor da pré-escola.
E por ter o hábito de acumular livros, gibis, bulas de remédio e etc, adquiri também o hábito de expôr meus sentimentos com palavras escritas, em vez de proferidas.
Na profundidade do meu ser, a superficialidade sempre ficou naquilo que saía da minha boca. Enquanto que o que eu era (e sou) sempre se intensificou por meio de significados maculados no dicionário.

É esquisito, levando em conta que a maioria das pessoas se comunicam melhor usando a fala. Pra ser mais honesta e sincera, eu me sinto até uma cavernosa criando desenhos e escritas rupestres. Como se não soubesse falar...
Acho que a única explicação plausível e suficientemente completa, é a de que eu possuo uma alma muda.
Deixo transparecer sentimentos, mas esses mesmos sentimentos permanecem calados, se alguém não os reconhece de forma visual.

Apesar de sempre escrever, quase nunca coloco muito de mim no que divulgo.
Não que o meu blog não seja digno de me receber ou de me carregar aos pedaços. Longe disso! O fato é que eu sou tão confusa e indecifrável quanto um vulcão.
Sou inconstante! Por mais clichê que isso possa parecer... Eu não vivo uma constante. Eu mudo! Me refaço, me reescrevo feito uma história rabiscada a lápis.
E por conta de toda essa oscilação sentimental, existencial e física, nunca sei até que ponto posso me expôr saudavelmente, sem que eu sofra alguns julgamentos caso eu venha a me dissipar na brisa e me refazer no próximo instante.

Por conta de toda essa oscilação, passei um tempo longe desse espaço - E consequentemente, sem escrever.
Confesso que foi difícil me manter longe de um hábito que carrego há tanto tempo. Mas diante de todas as mudanças que sofri durante esses meses, a escrita acabou ficando de lado - Apesar de ser extremamente necessária pra mim.

Mas, diante de tantos sentimentos novos, indescritíveis e até então, desconhecidos... Certamente me faltaram palavras para a transcrição dos mesmos.

E aos poucos, conforme tenho colocado a vida e seus outros fatores em seus respectivos eixos, tenho tentado recompor e retomar o delicioso hábito de descrever sorrisos e lágrimas.
Espero poder ter várias novelas da vida pra narrar, espero ter mais de mim nisso aqui, espero não criar tanto, apesar d'as minhas criações terem sim, um pedaço de mim.

E antes que possam indagar, eu tentei sim, não deixar de escrever. Até escrevi, mas apaguei... Senti que não era o momento e que eu tinha perdido um pouco do tato pra isso, mas felizmente, não desisti assim tão fácil, e acabei criando isso aqui, pra não perder o hábito por inteiro.

Enfim, senti que devia algumas explicações a quem acompanha o meu blog com carinho.
2011 tá acabando, eu sei. E como promessa (SEMPRE CUMPRO O QUE PROMETO, RELAXEM) de Ano Novo, retomarei isso aqui com mais empenho, dedicação, foco e muito mais carinho.

Atenciosamente, Priscilla.