sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu. E essa auto-avaliação.
Eu e meus medos. Eu e meu único amor. Eu, meu egoísmo. Minha saudade, minha sinceridade. Eu e desejos insaciáveis. Eu, meu umbigo, meu eu. Meu ser. Eu, meus sentimentos puros. Eu e meu coração aberto. Eu e a empatia, dada como dom. Eu e meus olhos grandes. Eu e minhas músicas. Eu e meus livros. Eu e meus defeitos irreparáveis. Eu e os atos irreversíveis. Eu e a falta de auto-estima. Eu e claro, minhas crises. Eu e os lapsos de criatividade.
Eu, sendo eu mesma. Personagem da vida real. Eu e o grito entalado na garganta. Eu e a vontade de dançar. Eu e a vida imperfeitamente perfeita. Eu, me buscando e às vezes me encontrando. Eu me perdendo. Eu me ganhando. Eu e a minha autoflagelação. Eu e meus cílios grandes. Eu e o gosto salgado deslizando até a boca. Eu, e os olhos fechados durante um sorriso. Eu, e minhas coisas guardadas. Eu e meus pesadelos. Eu, e as memórias. Eu, e as minhas criações. Eu e as canetas. Eu e um dicionário. Eu me reiventando, eu me aceitando. Eu acreditando. Eu conhecendo mentiras. Eu capitã. Eu rainha. Eu plebéia. Eu Amélia. Eu e eu.

Eu, duas de mim, no espelho. Eu e minha família. Eu e meu telefone. Eu e minhas roupas. Eu e meus gritos. Eu e nenhum arrependimento. Eu querendo ser eu. Eu me amando. Eu me odiando. 

Eu tanto que demais. Eu Clarice. Eu Caio. Eu Nabokov, Nietzsche, Darwin e Deus. Eu Moraes, eu Kahlo, Mandela, Espanca, Orwell, Saramago, Lygia. 
Eu escrevendo, eu filmando, eu editando, eu cantando, eu pintando, eu.
Eu Hell, eu Christiane, eu Lolita. Eu Luft, Veríssimo, Averbuck, Dias Gomes, Da Vinci, Marx, Fidel.
Eu, e a insustentável leveza do MEU ser. Dostoiévsk. Eu, e toda essa meu egocentrismo. Eu, sendo eu. Amando eu, amando você, e ao mesmo sendo nós, só pra aprender a ser mais eu.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Levantar, olhar no espelho, me reconhecer de forma que nunca fui. Emaranhar sentimentos, me jogar - e consequentemente me perder. Ser fútil, ser superficial, ser profunda e intensa, como sempre fui. Não ser constante, surpreender e sempre botar o coração em tudo. Até num copo de cerveja. Olhar pra multidão, e se sentir só e vazia. Estar só com alguém e se sentir completa. Se fechar, se reprimir, se defender, se entregar, se render, se abrir. Indefeso é aquele que teme os sentimentos. Viver vai muito mais além do que existir. E sem ser, o viver tampouco tem o (des)prazer de existir. Procurar nas leis da física, na química, na macrobiótica, acunpuntura, sexo tântrico, no reino das moneras, no tai-chi-chuan, são cipriano, psicanálise, barbitúricos, sociologia, drogas, astronomia, anestesia e só obter resposta e retornos em você. Nenhuma dependência é maior do que essa, e nenhum vício havia me corroido mais do que o vício em você. Trocar o dinheiro, os pertences, a casa, o carro, a vida, a alma, o universo e a eternidade toda por um simples toque seu. E saber que essa não é uma história de amor, e sim, uma história sobre o (meu, o nosso) amor.