sexta-feira, 30 de abril de 2010

Percebo que não exstem mais coisas insubstituíveis.
Acreditei nisso por muito tempo mas agora consigo enxergar além do que é me imposto por mau uso do verbo amar.
Antes, eu julgava que até um simples "gostar" pudesse ser insubstituível não só pra mim, mas pra muitas outras pessoas também.
Hoje, eu entendo que nem isso consegue ser mais insubstituível.
Basta aparecer um gostar melhor, sem muitos empecilhos ou dificuldades que o antigo gostar já não faz mais tanto sentido ou já não tem mais tanta força.
E erroneamente julgamos também que a pessoa que tem por nós um certo gostar, nunca irá nos substituir por um outro alguém.
Mas tudo funciona pela lei do contrário.
Eu nunca parei pra pensar em quantas pessoas eu já substituí nessa vida, mas sei, contando meio por cima, que não foram assim, tão poucas. Algumas até me fazem sentir um certo arrependimento, enquanto outras são só peças descartadas.
Mas o fato é que devemos pensar um tanto antes de fazermos qualquer substituição. Pessoas substituidas sofrem, e além disso, olhando pelo lado egoísta, devemos sempre substituir as pessoas, por outras melhores, ou adequadas as nossas necessidades.
E não devemos também, nos sentirmos culpados por uma substituição, afinal, quem nunca foi substituído e muitas vezes substituídos por pessoas piores que não souberam ou não tiveram a capacidade de fazer o "serviço" com a capacidade que nós tínhamos?
Pois é. Basta-olhar-pro-lado-e-se-interessar-por-alguém-mais-interessante-do-que-a-atual-pessoa-que-tudo-será-mudado.
Simples, não? Simples.

sexta-feira, 23 de abril de 2010


E daí que acabou?
Tudo acaba, até mesmo a vida.
Por que os sentimentos não iriam também um dia se findar?
Para de graça, ou de reclamação. Tudo se desgasta e infelizmente esse amor todo aí não é eterno.
Pois é, não é. Você só acha que é, ou talvez até martele essa certeza na sua cabeça nos dias de fraqueza, mas não, esse amor cheio de cíumes, obstáculos e empecilhos não é eterno.
Eterno só é o amor incondicional. Sabe o que é isso?
Aquele amor que independe das outras coisas, independe do status, independe até mesmo do relacionamento. Tipo amor de mãe e pai.
Esse amor é eterno e poucos tem o talvez (des)prazer de experimentá-lo. Ele não passa, não retrai mas também não faz sofrer. Só fica alí, guardadinho num canto como uma peça de roupa velha enfurnada no seu guarda-roupa. A única diferença é que aquela peça, por muitas vezes é esquecida e esse amor não.
Ele te cutuca, mas não te cutuca por mal. Te cutuca só pra lembrar que ele está alí, intacto.
É algo digamos que... insubstituível e intransferível. Você pode não estar com a pessoa amada, ou pode até mesmo estar com outra pessoa, mas o amor daquela lá, não pode ser transferido pra essa aqui.
Isso tudo porque a pessoa amada também é incomparável. Há quem diga que isso é loucura.
E se for? Posso ser uma pessoa louca. E daí de novo?
Quem pode mesmo saber o que se passa pelo lado de dentro de um outro alguém? Ninguém. Malemá sabemos o que se passa aqui, em nossas feridas-pulsantes.
O amor. Quem pode questionar? Mas acaba. Acaba se não for incondicional e acaba quando se menos espera. Talvez seja só uma flor, plantada num canteiro sem proteção onde qualquer pessoa que esteja passando por perto possa arrancar essa flor.
Com raíz e tudo! Ou então, até essa flor morrer, no outrono, de velhice ou de mesmice.
Há também o fato de que muitas pessoas não estão felizes com seus próprios jardins e então essas pessoas passam a procurar a flor mais bela no jardim do alheio. E de uma forma ou de outra a sua flor-amor-se-vai.
E até você, jardineiro (JARDINEIRO! Não, não dono do jardim) superar a falta que essa flor faz, demora.
Ou melhor: Demora só até você tomar a decisão de plantar outra semente-de-amor.
E a hora de tomar essa decisão, só você sabe. Substituindo flores arrancadas. Substituindo amores condicionais arrancados. Essa é vida, o mercado de amores e o mercado de flores.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Coração: Uma ferida que pulsa e bate.
Ferida aberta, sem remédio e talvez sem cura.
Músculo que não obedece. Age por si só, e por vezes se machuca. Acelera, vai devagar. Salta e quase sai pela garganta.
Mexe, remexe e samba quando se junta com a visão.
Toma decisões sem antes consultar a razão.
Chora, mesmo que em silêncio. Se quebra, por muitas vezes sozinho mas sempre consegue se recuperar mesmo que o tempo não seja assim, tão bonzinho.
Dono de todas as emoções e ao mesmo tempo dono de nenhuma emoção.
Se perde, se acha e continua alí, sem sair do lugar mesmo quando sai voando por um motivo que julgávamos besta, até o belo ou a bela entrar em cena.
Sabe todos os ritmos, reconhece todos os sons, sente cheiros, e gostos.
Manda na barriga, mesmo que ela negue. Toda vez que o belo ou a bela aparecem, ela gela de medo enquanto o coração acelera sem freio.
Ah, o coração! Achamos que não podemos viver sem o coração órgão e que o coração emoção é totalmente dispensável, mas nos enganamos. Ele sempre está alí, junto do coração órgão regendo todos as nossas emoções, os nossos sentimentos.
Coração. Fica apertado quando estamos chateados. Fica angústiado quando estamos com medo, fica acelerado quando estamos agraciados.
E quando menos esperamos, ele decide por nos abandonar e parar de bater.
Coraç...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

E não adianta você me julgar, isso não fará de você uma pessoa melhor, fará de você uma pessoa incoerente. Mais incoerente do que já é de tanto julgar pessoas que são exatamente como você é.
Somos iguais, somos farinha do mesmo saco.
Tenho a mesma quantidade de erros que você e a mesma quantidade de acertos.
Temos também as mesmas dores, e não adianta você se esquivar achando que vai enganar alguém dizendo que você é melhor do que qualquer outra pessoa.
Lixo, é o que somos. Uma-tonelada-e-meia-de-lixo. Carregamos o mesmo peso, e já compartilhamos das mesmas lágrimas. Os sorrisos talvez sejam diferentes e por motivos diferentes, mas são do mesmo tamanho e tom.
Nada do que você fizer irá diminuir as nossas semelhanças.
Ao mesmo tempo que os meus olhos embaçam, os seus olhos se fecham. Estamos na mesma sintonia, mesmo que você tente manter seus olhos abertos enquanto os meus embaçam. Nada pode romper. Mesmo que você me julgue, ou diga que me odeia. Nada pode mudar isso, mesmo que até o bater de asas de uma borboleta cause um grande caos do outro lado do mundo. Aqui, o caos é totalmente diferente. O caos que me satisfaz e que ao mesmo tempo faz com que eu deseje apenas paz - e ao seu lado. Porque uma tonelada e meia de lixo não pode ser pior do que um simples saco de lixo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Tentei controlar essa introspecção sem ter que reparar muito nos meus erros pois sei que isso não é bom para mim mesma. Me sinto triste por ter errado em coisas tão medíocres mas que fizeram uma diferença imensa e irreversível na minha vida.
Olhar pra dentro de mim nunca é fácil, mas dessa vez foi mais difícil do que eu podia imaginar. Quero tirar lições boas disso, observar a minha consciência e perceber que as minhas condições mentais são otimistas o suficiente pra fazer com que eu só consiga enxergar as coisas boas que as mudanças trazem. Não consegui. O podre que eu carrego em mim talvez seja bem maior do que tudo aquilo que eu aprendi errando e batendo na mesma tecla por um certo tempo.
Quero muito decorar o meu ser com flores lindas e coloridas, mas ainda que feche os olhos, não tenho a capacidade para imaginar as flores. Vejo tudo muito escuro por mais que lá fora as cores vibrem.
Sinto rosas mortas, cheias de espinhos e feias. Um jardim morto, onde um dia já foi um belo jardim.
Preciso cultivar mais coisas boas, preciso regar meus sentimentos bons e o meu otimismo para que as sementes não morram.
E talvez essa seja a lição mais importante...