quinta-feira, 18 de março de 2010

Entre as gotas de chuva que escorriam no meu rosto e as lágrimas salgadas que eu sentia na ponta da língua, eu corria, corria e corria. Corria entre os carros e os raios, corria pra tentar fugir de mim mesma e esquecer aquilo que era inesquecível pra mim.
Eu me misturava entre carros, poças e pessoas. Eu sentia o meu cabelo molhado e cortante como uma lâmina batendo no meu rosto. Sentia meus pés úmidos e meu coração gelado.
Sentia também que talvez não chegasse à lugar nenhum.
Meus pensamentos não se completavam e as coisas não faziam mais sentido. Eu queria só um copo de chá, um cobertor e aquele corpo quente pra me esquentar no frio que eu sentia. Mas eu sabia que isso não era possível e que o que me cabia era somente correr sem ter um destino.
Fugir daquilo que eu era, daquilo que eu fui, daquilo que eu sou e daquilo que eu sentia, fugir. Fugir sem pensar, apenas fugir e deixar que a chuva levasse escorrendo tudo aquilo de ruim que eu tinha passado. Corria, corria e corria...

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