sábado, 17 de julho de 2010

Infinito. Palavra forte, expressa tantas coisas, tantos sentimentos que julgamos serem infinitos. Palavra que viaja entre ruas, rios, vales, montes. Nos faz chegar às estrelas, pois a maior e talvez a melhor noção de infinito que temos, é o universo. Infinito como os números. Acho que sou uma caixa do infinito. Muitos sentimentos, dores, alegrias, lágrimas e cicatrizes dentro de mim, que eu me julgo ser infinita por muitas vezes.
Já perdi as contas de quantas vezes eu já chorei. Às vezes por motivos concretos e doloridos, às vezes só pra fazer graça e teatrar. Também já perdi as contas de quantas vezes eu sorri. Sorri de felicidade, sorri só pra não transparecer que a piada que me contaram não tinha graça. Sorri do tombo de alguém. Gargalhei quando assisti aquele vídeo. Sorri um sorriso irônico, mas também sorri verdadeiramente porque alguém (ou alguéns) conseguiu tirar um sorriso sincero de mim.
Infinito são os pensamentos também. Eles nunca acabam. E sempre estamos pensando em alguma coisa.
Caixinha do infinito. Definição boa pra uma pessoa tão inconstante quanto eu. Pelos meus pensamentos, já passeei pelo mundo inteiro, já cheguei a lua e já vi o sol de perto. No infinito. No infinito que cabe dentro de mim, guardei tudo. Tudinho. Todos os lugares por onde passei, todas as pessoas que conheci, todos os olhares que já recebi, e as línguas que já tocaram a minha boca. Lembro-me bem da sensação de cada uma, da textura e do gosto. Infinito de abraços que recebi. Infinito de "ois" e infinito de coisas que eu já nem me lembro mais, porque a minha memória não é infinita como o meu corpo. Nessa vida infinita, já conheci Shangrilá, mas também já cheguei ao inferno, mesmo sem saber se ele realmente existe, ou se é só criação de alguém com a imaginação infinita.Explicar cada um desses infinitos seria uma tarefa impossível, pois cada infinito tem um peso dentro dessa caixa que sou, e a minha memória não é infinita. Prefiri esquecer de alguns infinitos a mim impostos. Queria não ser tão infinita para as coisas que me machucaram, porque guardar isso tudo aqui dentro, me faz sofrer, e sofrimento ao me ver, não torna ninguém melhor. E por isso, os infinitos ruins me serviram de lição, mas não me tornaram menos infinita para as coisas ruins, e nem me tornaram alguém mais amável. O que eu quero mesmo dizer é que entre todos
os infinitos que aqui se fixam, o infnito mais bonito é o infinito compartilhado. E que eu ainda seja infinita pra alguém.

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