sexta-feira, 23 de abril de 2010


E daí que acabou?
Tudo acaba, até mesmo a vida.
Por que os sentimentos não iriam também um dia se findar?
Para de graça, ou de reclamação. Tudo se desgasta e infelizmente esse amor todo aí não é eterno.
Pois é, não é. Você só acha que é, ou talvez até martele essa certeza na sua cabeça nos dias de fraqueza, mas não, esse amor cheio de cíumes, obstáculos e empecilhos não é eterno.
Eterno só é o amor incondicional. Sabe o que é isso?
Aquele amor que independe das outras coisas, independe do status, independe até mesmo do relacionamento. Tipo amor de mãe e pai.
Esse amor é eterno e poucos tem o talvez (des)prazer de experimentá-lo. Ele não passa, não retrai mas também não faz sofrer. Só fica alí, guardadinho num canto como uma peça de roupa velha enfurnada no seu guarda-roupa. A única diferença é que aquela peça, por muitas vezes é esquecida e esse amor não.
Ele te cutuca, mas não te cutuca por mal. Te cutuca só pra lembrar que ele está alí, intacto.
É algo digamos que... insubstituível e intransferível. Você pode não estar com a pessoa amada, ou pode até mesmo estar com outra pessoa, mas o amor daquela lá, não pode ser transferido pra essa aqui.
Isso tudo porque a pessoa amada também é incomparável. Há quem diga que isso é loucura.
E se for? Posso ser uma pessoa louca. E daí de novo?
Quem pode mesmo saber o que se passa pelo lado de dentro de um outro alguém? Ninguém. Malemá sabemos o que se passa aqui, em nossas feridas-pulsantes.
O amor. Quem pode questionar? Mas acaba. Acaba se não for incondicional e acaba quando se menos espera. Talvez seja só uma flor, plantada num canteiro sem proteção onde qualquer pessoa que esteja passando por perto possa arrancar essa flor.
Com raíz e tudo! Ou então, até essa flor morrer, no outrono, de velhice ou de mesmice.
Há também o fato de que muitas pessoas não estão felizes com seus próprios jardins e então essas pessoas passam a procurar a flor mais bela no jardim do alheio. E de uma forma ou de outra a sua flor-amor-se-vai.
E até você, jardineiro (JARDINEIRO! Não, não dono do jardim) superar a falta que essa flor faz, demora.
Ou melhor: Demora só até você tomar a decisão de plantar outra semente-de-amor.
E a hora de tomar essa decisão, só você sabe. Substituindo flores arrancadas. Substituindo amores condicionais arrancados. Essa é vida, o mercado de amores e o mercado de flores.

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei ;)